. Escultura em barro de Barcelos, representando S. Pedro, vidrado em tons de amarelo.
. Altura: 26 cm.
. Marca: Assinada “RR”
. ROSA RAMALHO (1888-1984)
. Estado de Conservação: Apresentava o pescoço colado, pequenas falhas ao longo da zona da cabeça, na zona posterior da base, e faltava a mão direita.
. Análise do estado de conservação:
Azulejos que apresentavam fracturas, lacunas, preenchimentos em cimento e 6 azulejos com a policromia em falta.
De acordo com o quadro diagnosticado foi preconizada a metodologia de intervenção que a seguir se descreve, sistematizada por conteúdos, não tendo sido necessariamente efectuada de acordo com a sequência apresentada, caso indicação contrária.
. Tratamentos de Conservação e Restauro efetuados: (In LOCO)
* Levantamento mecânico e picagem de cimentos.
* Limpeza dos azulejos – (sem levantamento dos azulejos) Limpeza química e mecânica dos azulejos e lacunas de azulejos de modo a remover todas as sujidades e preenchimentos antigos de argamassas e/ou cimento.
Nota: As manchas amarelas em alguns azulejos, manchas que parecem ferrugem, foram emergidas em pachos de algodão com diferentes produtos químicos (do mais fraco para o mais forte) isto, durante toda a duração do tratamento no entanto, foi sem efeito.
* Impermeabilização das lacunas volumétricas – Nas zonas a preencher, foi aplicado um filme protecção composto por uma resina acrílica reversível (o Paraloid B72) de modo a permitir a completa reversibilidade dos preenchimentos. Esta operação foi realizada em todo o revestimento cerâmico.
* Preenchimentos volumétricos dos azulejos com falta de coesão estrutural ou ausência de chacota e/ou vidrado com Milliput (pasta epóxida de 2 componentes), permitindo uma superfície bastante adequada e resistente, muito aproximada à resistência do azulejo. Preenchimentos executados no local, segundo o método “a frio” e nas áreas que apresentam falta de azulejos (contabilizados aproximadamente 6 azulejos em falta).
* Nivelamentos – De modo a permitir uma superfície lisa idêntica à do azulejo original, realizada com o bisturi e lixas de baixa granulometria.
*Reintegração pictórica – Com tintas acrílicas e/ou pigmentos naturais em pó vinculados a verniz.
* Aplicação de camada de protecção nas reintegrações – Aplicação de um filme de protecção, com verniz transparente (verniz de retoque brilhante, à base de resina acrílica), escolhido em compatibilidade com o método da reintegração.
Acima: Durante as intervenções de Conservação e Restauro.
Bule "Pato" Antes e depois das intervenções de Conservação e Restauro.
. Descrição: Bule "Pato" - Pato nadando com uma flor nas costas formando a pega. Barro vidrado policromo em camafeu azulado, relevado de castanho e amarelado.
. Marca: "Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha".
. Datação da marca: 1890.
. Peça idêntica: In: Catálogo "Expo Caldas 77" Edição do Museu Malhoa - Pág. 163.
. Estado de Conservação: Falta de matéria na zona do bico do pato e na tampa. Restauros anteriores, que se traduzem em colagens diversas na zona do pescoço. Não apresenta quaisquer fragmentos soltos.
. Dimensões: 29,50 cm. de altura.
. Marca: Assinatura gravada na zona posterior da base - Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro. Marca gravada no reverso da base – BORDALLO PINHEIRO / PORTUGAL, inserido num círculo com rã ao centro. Fábrica Bordalo Pinheiro - Fábrica de Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro (chamada no princípio Fábrica S. Rafael). Fundada em 1908 por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro após a venda em hasta pública da Fábrica das Faianças M. A. Godinho em 1907.
. Datação: 1908-1914 * Justificação da data: através da marca.
. Peça idêntica: - In: Catálogo Geral: "1º volume A Cerâmica das Caldas; Tomo I - Colecção de Alfredo Lucas Cabral", Instituto Português do Património Cultural, 1986; - pág. 100.
. Estado de Conservação /intervenções anteriores: A peça apresenta-se fragmentada em duas partes. A base está separada da figura. Intervenção de restauros anteriores ao longo da base e nos pés da figura (vestígios de colagem com uma resina epóxida não identificada, como se pode verificar na foto inicial)
Busto "República Portuguesa" antes e após as intervenções.
Descrição: Escultura tridimensional de grandes dimensões representando um busto feminino da República Portuguesa com barrete frígio, patinada a castanho sobre gesso, não vidrada. Apresenta no tardoz, no cabelo folhas de louro; e na frente, no busto rosas e uma tocha em relevo.
. Dimensões: 55 X 45 X 25 cm.
. Marca: - A. Gomes (Porto) - Assinatura gravada (incisa) na pasta, na lateral esquerda.
. Datação: Peça igualmente datada de 1931.
Investigação não conclusiva:
Escultores do Porto: Autor: Américo Gomes (1934) in: http://www.portoantigo.org/2010/05/homem-do-leme.html
Escultor Augusto Gomes Natural de Matosinhos, formou-se na Escola Superior de Belas Artes do Porto (1958-1974).
. Peça idênticas: - In: http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_7655
. Estado de Conservação: Apresentava diversas falhas de policromia e material. Zonas pontuais de policromia em risco de se perder.
* Nota: Só posteriormente à Proposta de Tratamento inicial detetei uma lacuna de maiores dimensões na zona lateral esquerda do cabelo do busto. Mais nada a registar.
Prato "Lagosta". Um prato decorativo, de suspensão com decoração em alto relevo representando motivos naturalistas de crustáceos. Com grande lagosta no centro rodeada por um mexilhão, uma ameijoa, cinco percebes e berbigões, elementos decorativos modelados e aplicados sobre fundo musgado. Fundo do prato de forma circular côncava, sem aba e vidrado a castanho. Em faiança (barro vermelho) vidrada, policromo a castanho, verde, vermelho e camurça. Peça rodada e modelada. Musgado.
. Marca: - F.F.C.R. da autoria de António Augusto da Costa Motta Sobrinho. Monograma inserido num círculo, gravado na pasta, na base do prato.
Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, propriedade de Manuel Augusto Godinho Leal, sob a direcção artística de Costa Motta Sobrinho, 1907-1913.
Costa Motta Sobrinho (1877-1956) foi precursor na inovação do design da cerâmica decorativa portuguesa e um representante da Arte Nova no nosso país.
. Dimensões: 10 altura x 30 cm de diâmetro.
. Estado de Conservação: Apresentava três lacunas das patas da lagosta posteriores direitas e uma da pata posterior esquerda. Também uma falha de cerca de 0,50 cm. na ponta da antena da lagosta bem como, restauros anteriores: colagens num percebe e no bordo do prato .
Prato "lagosta" de Costa Motta Sobrinho após as intervenções de Conservação e Restauro (última fotografia da autoria e gentilmente enviada pelo Proprietário da peça).
. Não apresenta marca. Apenas um "C" e um número "nº3" gravados ao centro da base.
Nota: Estou em crer que o "Prato decorativo santola" se trata de uma peça da autoria de Afonso Duarte Angélico (1912-1977) ou, pelo menos, da pequena oficina artesanal que herdara de seu pai João Duarte Angélico (1878-1926), nas Caldas da Rainha.
Tanto pode ser AFONSO ANGELICO como referenciei mas, também poderá ser da autoria de Álvaro José, também é uma hipótese, por comparação com outros pratos idênticos.
« Álvaro José Mendes (falecido em 2006) herdara em 1946 a olaria do seu avô, à data existente na Rua 15 de Maio. Era uma época em que o plástico não estava banalizado e os tachos e alguidares eram todos feitos de barro. Álvaro Mendes fez com que a Mendes & Nicolau soubesse aproveitar o boom cerâmico dos anos oitenta, mantendo-se sempre fiel à "louça das Caldas", como ele a designava, a qual deve muito à inspiração bordaliana.»
Denota a influência das peças com escorridos tradicionais que as fábricas das Caldas vinham fazendo desde o século anterior, e que vão ser recuperados na paleta cromática dos tons de terra nos anos 30. Daí a datação aproximada. Não será também alheia a influência de outras produções caldenses como da Fábrica Rafael Bordalo Pinheiro que a época estava também a produzir uma série de peças, sobretudo jarras, com escorridos muito semelhantes. A forma insere-se no contexto naturalista, de motivos animalistas, e os escorridos seguem a tendência do momento da produção local mas também internacional, sobretudo alemã.
. Prato decorativo, de suspensão com decoração em alto relevo representando motivos naturalistas de crustáceos. Barro de pasta vermelha, de fundo em tons de castanho e camurça, com recurso à técnica dos disfarces ou "nuances" e vidrado com escorridos.
Apresenta aba recortada e o fundo ou base vasado (com camarões vermelhos), sobre o qual assentam crustáceos relevados e vidrados (uma lagosta vermelha, percebes de unha branca, búzios amarelos e ameijoas brancas com riscas.
. No fundo da base, gravado na pasta, carimbo ovalado inserido numa elipse com bordo recortado: "AFONSO ANGELICO/ CALDAS DA RAINHA". Datação da marca: cerca de 1926.
. Dimensões: cerca de 35 cm. de diâmetro.
. Estado de Conservação: O prato "lagosta" apresentava três fragmentos soltos pertencentes à zona do bordo do prato, colagens anteriores noutra zona do bordo e a falta de material de uma perna completa da lagosta (zona posterior, lado esquerdo). (ver foto inicial).
. Datação: Tratando-se de uma peça com marca, existente na base, permite-nos chegar à proveniência e/ou datação da mesma - trata-se de uma peça proveniente da Fábrica Bordalo Pinheiro, na sua atualidade, ou seja, é fruto da renovação e reorganização da arte da cerâmica caldense verificada no final do século XX.
No entanto, através de comparação com peças artísticas idênticas (tipo de molde, pasta utilizada e aplicação de vidrado), creio estarmos perante uma recriação cerâmica da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha da 1ª metade do séc. XX (c. 1900).
