Intervenções de Conservação e Restauro de cerâmica realizadas com Antiquários, Museus e Coleccionadores privados. Para todos os que se interessam pela recuperação de peças. Works in Restoration and Conservation with respected antique dealers and Museums in Portugal, as well as private ceramic collectors. For all the lovers of Ceramics (Majolica, Terra Cotta and Family Heirlooms and Sentimentals)
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Letra própria de Óbidos
Igreja de Santa Maria
Uma letra característica de Óbidos foi descoberta pela investigadora Filipa Avellar em algumas inscrições do século XVI, contrariando a ideia de que a letra menos cuidada não era utilizada na gravação de textos em pedra. "Há na realidade uma letra que começou a ser usada nas inscrições do século XVI e que é característica da vila de Óbidos" disse à Lusa Filipa Avellar, autora do primeiro levantamento epigráfico da região.
A descoberta é sustentada na leitura de inscrições gravadas em pedra, contendo "uma letra que não é usual na epigrafia" (ciência que estuda as inscrições antigas gravadas ou pintadas em matérias sólidas como, pedra, madeira ou outras). Uma inscrição que se encontra na Capela de S. Lourenço (Igreja de Santa Maria), datada de 1508, e que até agora nunca tinha sido lida, é um dos exemplos.
A inscrição "mistura letras caligráficas (muito bem desenhadas, que aparecem normalmente em documentos solenes), com uma letra cursivada [sem preocupações estéticas e utilizada na documentação de todos os dias]", explica Filipa Avellar à Lusa. A mistura de "maiúsculas e minúsculas de diferentes estilos" é outra das particularidades encontradas nesta e em duas outras inscrições na Rua Nova e na Rua da Mouraria, dentro das muralhas medievais.
A mistura foi comprovada pela investigadora noutra placa existente no museu municipal, somando um "número interessante de exemplos" até aqui não encontrados em qualquer outro levantamento epigráfico do país. "É realmente um tipo de letra muito característica”, refere, “muito específica e muito peculiar" sublinha a investigadora que, "à falta ainda de melhor terminologia" a irá apelidar de "letra cursiva característica de Óbidos".
Castelo de Óbidos
Ressalvando a possibilidade de inscrições com letra idêntica poderem vir a ser encontradas noutros locais, Filipa Avellar salienta a "raridade" deste estilo e desta prática. "Normalmente as inscrições, como têm por objectivo memorizar um acontecimento e fazê-lo perpetuar no tempo, são executadas em letras caligráficas para o texto ser de fácil leitura" reforça.
"É realmente um tipo de letra muito característica, muito específica e muito peculiar", destacou a especialista, revelando que, "à falta ainda de melhor terminologia" vai apelidá-la de "letra cursiva característica de Óbidos".
A convicção de que a inscrição da Capela de S. Lourenço terá sido feita "por alguém erudito, talvez um escrivão" e, até "inspirada num documento em pergaminho", acentua ainda mais a raridade da letra descoberta em Óbidos.
Simultaneamente mestre em paleografia (estudo da evolução da escrita) Filipa Avellar pretende agora comparar a letra destas inscrições "com a usada na documentação manuscrita", coligida por outros investigadores, e "cruzar dados" com o objectivo de saber mais sobre o nível cultural dos possíveis autores. Certo é para já que "há uma pista importante para desenvolver" e que "a epigrafia em Óbidos prova que a letra cursiva foi também utilizada para gravar inscrições", conclui.
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=34965&op=all
terça-feira, 1 de setembro de 2009
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