domingo, 23 de dezembro de 2012

Feliz Natal!!! Menino Jesus em madeira


. Imagem religiosa - Representação escultórica de um Menino Jesus em madeira. Escultura de vulto plena (elemento fragmentário destacado de uma outra imagem religiosa individual) estaria associada uma outra imagem, pois apresenta um orifício na zona inferior, assentaria muito provavelmente no colo de uma Nossa Senhora.
Policromado com a técnica de acabamento semi-brilhante em tom de pele ou “carnação”, castanho na zona do cabelo e olhos de vidro.
Apresenta, no seu conjunto, uma grande perfeição anatómica. Grande detalhe ao nível da expressão do volume corporal bem como tratamento pormenorizado ao nível das feições do rosto.
Posiciona-se sentado e falta parte do braço e mão direita.
Autoria desconhecida. Não apresenta marca.





                            . Menino Jesus em madeira antes da intervenção de Conservação e Restauro.

. Estado de Conservação inicial: Fragmentado em 8 partes. Faltas de matéria ao nível do material de suporte (na zona do braço direito, mão direita e dois dedos da mão esquerda).
Desagregação da matéria, fendas, fissuras e destacamento geral da “carnação”, orifícios/marcas da acção dos insectos xilófagos. Os braços encontram-se destacados do corpo (amovíveis e apenas um deles existente). Sujidade.









                  . Menino Jesus em madeira durante as intervenções de Conservação e Restauro.



                        . Menino Jesus em madeira após as intervenções de Conservação e Restauro.

domingo, 23 de setembro de 2012

Taça em Porcelana


Taça em Porcelana – Taça circular em porcelana chinesa, branca, dura e isenta de impurezas, séc.XIX/XX, de decoração policroma por uma variada gama de esmaltes rosa,  laranja, carmim, vermelho-fogo, cinzento, vários tons de verde, azul pálido, violeta, apontamentos dourados e pontuais contornos a negro sobre um fino vidrado. Peça peculiar pela rica e exaustiva decoração que apresenta. Em volta da aba encontra-se uma estreita banda preenchida com ramagens dispostas num enrolamento de motivos florais. O painel central no fundo da taça bem como as paredes internas representam episódios da vida quotidiana chinesa, provavelmente inspirados em romances celebres, enquadrados numa lírica paisagem enriquecida com árvores e plantas numa vasta gama pictórica. As paredes externas apresentam folhas de bambú vermelho-fogo estilizadas, dispostas simetricamente.  37,50 cm. de diâmetro. Peça sem marca.
Estado de Conservação: A Taça apresenta-se fraturada em 5 (cinco) partes. Existem pequenas falhas de matéria nas zonas ao longo das fraturas. Apresentava intervenção anterior de preenchimento e reintegrações precisamente na zona de uma das fraturas (extremidade da aba).
• Taça em porcelana antes e depois da intervenção de Conservação e Restauro.

*Nota: Gramática decorativa nacional bastante interessante associada a símbolos de imediata ligação com as navegações de quinhentos, a temática manuelina, à expansão e aos descobrimentos muito reproduzida desde o terceiro quartel do século XVII (onde da passa da hibridez sino-lusitana para uma nova corrente de autonomia nacional). Curiosamente também é neste ciclo que a faixa chamada das “três contas” aparece, dominará e prologar-se-á no século XVIII.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Prato “Repteis”


Prato “Repteis” – Prato decorativo de forma circular côncava. Decoração relevada com répteis modelados e aplicados sobre fundo musgado. Peça rodada e modelada. Barro vidrado policromo a tons de verde, castanho-escuro, mel e azul. 
Marca gravada na pasta – M.MAFRAFILHO/ CALDAS -  PORTUGAL/ 9 (coroa) - s/d (Último quartel do século XIX) * ver nota. 
Dimensões: 5,5 cm. de altura e 7,5 c. de Largura máxima. 
Estado de Conservação Restauros anteriores: colagem na zona da cabeça do lagarto e reconstruções da cabeça de cobra e do fundo do prato. Falha de matéria na zona inferior cobra. Sujidade. 



Nota: Marca usada desde 1887, data em que Manuel Cipriano Gomes Mafra (1829- 1905) passa a direcção da fábrica ao seu filho Eduardo Mafra, passando este a assinar as peças da sua produção até sensivelmente 1897. 

sábado, 21 de julho de 2012

Busto "Rufia"

                                       . Busto "Rufia" estado inicial (frente e verso).
      . Busto "Rufia" após a intervenção de Conservação e Restauro (frente e verso).
     . Busto "Rufia" antes e após a intervenção de Conservação e Restauro.
     
        . Representação de um rapaz jovem “rufia” de lenço, casaco, boné e cigarro. De cor predominantemente castanha assente sobre base oval negra. Peça em terracota policroma e não vidrada.
         . Autoria desconhecida. Não apresenta marca.
     .Dimensões: Aproximadamente 16 cm de Altura, 7 cm de Largura e 10 cm profundidade.
       . Estado de Conservação: Pequenas falhas de matéria e desgaste na zona da base, na gola do casaco, pescoço e faltas de maiores dimensões na zona posterior do boné (cabeça), colagens anteriores e sujidade.

sábado, 7 de julho de 2012

Tampas em porcelana chinesa



. Duas tampas em porcelana pertencentes a um serviço. Em porcelana de exportação chinesa, séc.XIX, de decoração policromada dita 'mandarim' com galos e complementos a ouro.


. Estado de Conservação: Uma tampa apresenta-se em 18 (dezoito) fragmentos e a outra em 12 (doze). Falhas e faltas de matéria nas zonas ao longo das fracturas. Lacuna de maiores dimensões numa das pegas da tampa.

sábado, 23 de junho de 2012

Exposição “Um Gosto português. O uso do Azulejo no século XVII”.

O Museu Nacional do Azulejo, dando continuidade à sua política de investigação e divulgação da Azulejaria portuguesa, vai inaugurar, no próximo dia 3 de Julho, uma exposição intitulada “Um Gosto português. O uso do Azulejo no século XVII”.
Tendo o Azulejo começado a ser produzido, em Lisboa, cerca de 1560, foi no século XVII, ainda num contexto de União Ibérica, que se começou a afirmar como uma arte que hoje se considera identitária da cultura portuguesa, assumindo especial relevância no contexto universal da criação artística.
Foi com os módulos de repetição do século XVII que o Azulejo foi pensado em Portugal como elemento estruturante de arquitecturas, em grandes revestimentos interiores.
Em simultâneo, a Igreja e a Nobreza encomendaram, para o revestimento dos seus espaços, azulejos figurativos que reflectem o gosto, mas também a necessidade de afirmação política e social de cada um destes grupos.
Desta riquíssima variedade, criação das olarias de Lisboa, dão conta os cinco núcleos em que se divide a exposição bem como o catálogo, com chancela da Babel, que conta com estudos inéditos de cerca de vinte especialistas e se afirma como um contributo efectivo para o avanço do conhecimento.


Alguns dos painéis azulejares restaurados por mim, a título particular, irão estar patentes nesta exposição. No Museu Nacional do Azulejo, a partir do próximo dia 3 de Julho.  Para mais informações: http://mnazulejo.imc-ip.pt/

Museu Nacional do Azulejo
Rua da Madre de Deus, nº 4 | 1900-312 Lisboa
Telf: (+351) 218 100 340  | Fax: (+351) 218 100 369 
e-mail: mnazulejo@imc-ip.pt

domingo, 3 de junho de 2012

Jarra “Descobrimentos”

Jarra “Descobrimentos” – Faiança portuguesa. Jarra bojuda de colo mais estreito que a base. Motivo central composto pela Cruz de Cristo enquadrando uma caravela (Nau Portuguesa com cruz de Cristo em cada uma da suas três velas), símbolos representativos da epopeia marítima portuguesa, envoltos por friso encordoado com “nós” em corda que se prolonga a longo do bojo. Colo e base da peça decorados por uma faixa horizontal contendo repetição em cadeia motivos de padrão geométrico de estilo arquitectónico manuelino em orlas de triângulo e “três contas”. Pintada em tons de azul-cobalto sobre fundo branco revestida a vidrado de estanho ou de estanho e chumbo.
*Nota: Gramática decorativa nacional bastante interessante associada a símbolos de imediata ligação com as navegações de quinhentos, a temática manuelina, à expansão e aos descobrimentos muito reproduzida desde o terceiro quartel do século XVII (onde da passa da hibridez sino-lusitana para uma nova corrente de autonomia nacional). Curiosamente também é neste ciclo que a faixa chamada das “três contas” aparece, dominará e prologar-se-á no século XVIII.

Dimensões: 34 cm. Altura e aproximadamente 20 cm. de largura.
Estado de Conservação: Falta volumétrica (uma lacuna de maiores dimensões) na zona da base, e várias falhas de matéria (doze lascas) na mesma zona das extremidades da base. Vinte falhas de reduzidas dimensões no bordo (que serão apenas protegidas).


Durante os tratamentos de Conservação e Restauro.

Peça marcada: CAMPOLIDE, ASSINADA (RISCADA  E PINTADA) A AZUL PELO PINTOR CERAMISTA JOSÉ RODRIGUES, MARCA QUE INICIOU EM 1916. *
  * MARCA Nº 133 DO DICIONÁRIO DE MARCAS DE FAIANÇA E PORCELANAS PORTUGUESAS (pág. 48).
Faiança da Fábrica de produtos cerâmicos de Campolide sita à altura (1901) na rua Soares do Reis em Lisboa, peça de fabrico correspondente às duas primeiras décadas do século XX, visto a escassez da sua produção balizar-se essencialmente no referido período, pelo curto período da sua exploração.
  * Nota: Segundo o livro "Cerâmica Portuguesa e outros estudos, de José Queiróz" São raras as peças marcadas e em 1917, já apresenta como marca um coração atravessado por uma seta.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

VI Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular - Inscrições

Villafranca de los Barros (Extremadura - Espanha)
Decorrerá em Villafranca de los Barros, Extremadura, Espanha, entre 4 e 6 de outubro de 2012, o VI Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular.
As inscrições podem ser feitas preenchendo o documento em anexo.

Inscrição
http://www.igespar.pt/media/docs/2012/04/30/Inscripcion.jpg

Programa

http://www.igespar.pt/media/docs/2012/04/30/Circular.jpg

http://www.igespar.pt/pt/news/9/2441/

Entrega de Prémios "SOS Azulejo 2011"

Palácio Marquês da Fronteira, Lisboa
O júri dos ‘Prémios SOS Azulejo 2011’, presidido pelo Professor Víctor Serrão e constituído por mais três parceiros e a Coordenadora do Projeto, selecionou no passado dia 17 de abril os premiados deste ano.
A cerimónia de entrega dos ‘Prémios SOS Azulejo 2011’ realizar-se-á no Palácio Marquês da Fronteira, no próximo dia 23 de Maio, pelas 18h00.
.
.
Na ocasião festejar-se-á também o quarto aniversário do ‘Projecto SOS Azulejo’ que inclui entre os seus parceiros, o IGESPAR.
No final será servido um cocktail.
O evento é aberto ao público em geral, condicionado à lotação da sala.
Os interessados em participar devem formalizar a sua intenção através do endereço de e-mail museu.pj@pj.pt .
As inscrições serão aceites por ordem de chegada.

http://www.igespar.pt/pt/news/9/2456/

MUSEUS EM FESTA 2012

No dia 18 de Maio  será celebrado em todo o mundo o 35º aniversário do Dia Internacional dos Museus.

O tema escolhido pelo ICOM para as comemorações do Dia Internacional dos Museus em 2012 é: “MUSEUS NUM MUNDO DE MUDANÇA: Novos Desafios, Novas Inspirações”.

O Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) associa-se mais uma vez aos festejos do Dia Internacional dos Museus – 18 de Maio e da Noite dos Museus - 19 de Maio.

Nas comemorações do 35º aniversário do Dia dos Museus como habitualmente, as entradas serão gratuita em todas as actividades
18 de Maio - entre as 10h00 e as 18h00
19 de Maio - entre as 18h00 e as 24h00.
 .

Consulte aqui a agenda de atividades disponível por regiões:
- Lisboa:  http://www.imc-ip.pt/Data/Documents/MiniSitio18Maio_2012/AGENDA_Lisboa.pdf
- Porto http://www.imc-ip.pt/Data/Documents/Iniciativas/Act_IMC/Dia%20Internacional%20dos%20Museus/2012/AGENDA_Porto.pdf
- Norte: http://www.imc-ip.pt/Data/Documents/MiniSitio18Maio_2012/AGENDA_Norte.pdf
- Centro: http://www.imc-ip.pt/Data/Documents/MiniSitio18Maio_2012/AGENDA_Centro.pdf
- Lisboa e Vale do Tejo:  http://www.imc-ip.pt/Data/Documents/MiniSitio18Maio_2012/AGENDA_Lisboa%20e%20Vale%20do%20Tejo.pdf
- Alentejo: http://www.imc-ip.pt/Data/Documents/Iniciativas/Act_IMC/Dia%20Internacional%20dos%20Museus/2012/AGENDA_Alentejo.pdf
- Algarve: http://www.imc-ip.pt/Data/Documents/Iniciativas/Act_IMC/Dia%20Internacional%20dos%20Museus/2012/AGENDA_Algarve_.pdf


IN :  http://www.imc-ip.pt/pt-PT/dia_museus_2009_2012/ContentDetail.aspx

“Marcas da Cerâmica das Caldas” em livro



Março 21st, 2012 in Jornal das Caldas. Edição On-line

“Marcas da Cerâmica das Caldas” é desenvolvido por Marta Pereira e Guilhermina Costa.


“Há poucos livros sobre a marca da cerâmica e para os investigadores é o melhor que pode acontecer. O livro está organizado por ordem alfabética e refere mais de trinta produções diferentes das Caldas da Rainha”, disse João Pedro Monteiro, investigador do Museu Nacional do Azulejo, que esteve presente no passado dia 15, no Museu da Cerâmica, na apresentação pública da obra “Marcas da Cerâmica das Caldas”.
Neste âmbito, o investigador foi o orador da conferência sobre “A Importância das Peças Marcadas no Estudo da Faianças Portuguesa”, onde falou sobre os estudos que a equipa do Museu Nacional do Azulejo tem feito sobre a Faiança Portuguesa.
“Ao longo desse estudo detetámos que as peças marcadas têm uma enorme importância para podermos compreender um mundo que é muito complexo”, adiantou o investigador. Segundo o orador, “as olarias de Lisboa encontram-se bem estudadas, tendo sido feito importantes levantamentos documentais”. Para João Pedro Monteiro, as peças datadas permite-nos saber exatamente “a que fábrica, produtor e autor vem a peça”. O investigador começou a conferência focando a faiança portuguesa do século XVII, um período em que as peças não eram marcadas.
“Marcas da Cerâmica das Caldas” foi um projeto desenvolvido pelas técnicas do Museu da Cerâmica, Guilhermina Costa e Marta Pereira, em colaboração com o Museu José Malhoa. Teve ainda suporte nos testemunhos do Mestre Herculano Elias e no acervo documental do Museu, designadamente o espólio manuscrito de Francisco José Teodoro Malhoa (1922-2006). É segundo, Matilde do Couto, diretora do Museu José Malhoa e do Museu da Cerâmica, um “instrumento de trabalho que compulsa as coleções dos Museus, mas também instrumento potenciador de novas pesquisas e atribuições”. “As coleções do Museu da Cerâmica e do Museu José Malhoa mostram-nos também uma obra dinâmica enquanto reflexo e motivador da investigação, crescimento e valorização das coleções museológicas”, adiantou esta responsável.
Na nota introdutória do livro, Matilde do Couto diz que é com Manuel Cipriano Gomes, o Mafra (1829-1905), que a cerâmica das Caldas conhece a marcação das peças. “Manuel Mafra não só introduz este cuidado de identificação como o mesmo corresponde a um conjunto de fatores que pela sua mão incrementam a arte do barro, seja o apuramento das formas até então ainda arcaizantes e a diversificação de vidrados, seja a introdução de novas técnicas ou a bem sucedida internacionalização, num surto inovador que caracteriza a sua atuação. Revela-se este um advento para a cerâmica das Caldas em breve confirmado e dilatado pela chegada de Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) e a construção e laboração da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha (1884), onde dá largas ao seu génio criador, enquanto alia as pesquisas e avanços técnicos à tradição e às estéticas emergentes e projeta a Cerâmica das Caldas para o exterior. Discípulos de Bordalo então se distinguem, como Francisco Elias (1869-1937) e Avelino Belo (1872-1920) que se imporão com notáveis carreiras autónomas. Dão continuidade a toda esta novidade artística plasmada na cerâmica Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920) e o escultor Costa Motta Sobrinho (1877-1956) produzindo peças de inspiração “arte nova” e “arte déco” em distintas fábricas oriundas do património bordaliano”.
Segundo a responsável pelo Museu, “dinastias de ceramistas desenvolvem a sua atividade neste contexto de grande atividade cerâmica, concorrendo também para a afirmação de uma identidade da vila – depois cidade a partir de 1927- e que as coleções do Museu da Cerâmica e do Museu José Malhoa representam na sua riqueza e diversidade”.
“Marcas da Cerâmica das Caldas” foi um projeto que Guilhermina Costa já tinha pensado há alguns anos e que acabou por concretizar com o apoio da direção do Museu da Cerâmica. “Nas visitas guiadas a ideia que ficava é que só havia Manuel Mafra e Bordalo Pinheiro no acervo do Museu, quando há imensos autores do mesmo período”, disse a técnica do Museu de Cerâmica.
Foi um trabalho que levou mais de um ano a concretizar. “Fizemos um levantamento exaustivo das peças da coleção inteira do Museu da Cerâmica e do Museu José Malhoa”, adiantou Marta Pereira.
Jorge Ferreira, antiquário, que esteve presente no lançamento do livro, apontou que a obra tem algumas lacunas. Contudo, a diretora do Museu José Malhoa e do Museu da Cerâmica disse que a obra é um instrumento de trabalho aberta a novas propostas e que já é um sucesso porque está a suscitar a discussão.
Adelino Soares de Oliveira, Afonso Duarte Angélico, Aires Constantino Leal, Ângelo Marcelino Garcia, António Alves Cunha, António Moreira da Câmara, António Sousa Liso, António Oliveira, Atelier Cerâmico, Augusto Batista Carvalho, Avelino António Soares Belo, Costa Motta Sobrinho, Eduardo Augusto Mafra. Eduardo Mafra Elias, Francisco Gomes Avelar, Francisco Frazão, Herculano Elias, Jesuíno dos Reis, João Coelho César, João de Deus dos Reis, João dos Reis, João Duarte Angélico, José Alves Cunha, José Alves Cunha Sucessor, José Avelino Soares Belo, Jsoé Francisco Sousa, José Luiz Saloio, L. Mesquita, Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (Fábrica Bordallo Pinheiro lda.), Manuel Cipriano Gomes Mafra, Rafael Bordalo Pinheiro (Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha), são os autores que constam no livro “Marcas da Cerâmica das Caldas”.

Marlene Sousa

Catálogo de Marcas de Cerâmica das Caldas lançado no Museu

Publicado a 5 de Abril de 2012 . Na categoria: Cultura Destaque Painel .   


As autoras do catálogo com a directora dos dois museus, Matilde Couto (ao centro)
“Marcas da Cerâmica das Caldas. As Colecções do Museu da Cerâmica e do Museu José Malhoa”, é como se designa o catálogo apresentado no passado dia 15 de Março no Museu de Cerâmica. Além da apresentação desta edição, a sessão contou ainda com a conferência “A Importância das Peças Marcadas no Estudo da Faianças Portuguesa”, por João Pedro Monteiro, técnico do Museu Nacional do Azulejo.
“Foi um trabalho árduo, mas muito interessante”. Palavras de Guilhermina Costa e Marta Pereira, técnicas do Museu de Cerâmica e autoras da publicação que consta de um catálogo das marcas da cerâmica das Caldas que estão presentes nas peças das colecções dos museus de Cerâmica e de José Malhoa.
Segundo a directora dos dois museus, Matilde Couto, “faz sentido  juntar as duas colecções e autorizar esta edição pois era um pedido que me fizeram há algum tempo, ou seja, era um desejo antigo que agora foi levado ao bom termo, com grande satisfação nossa”.

João Pedro Monteiro, do Museu Nacional do Azulejo, falou sobre a faiança portuguesa
A nova publicação segue a linha do roteiro do próprio museu. A directora explicou que a edição tem a “particularidade da reprodução das marcas ter sido feita por fotografia a partir das próprias peças e não terem sido desenhadas ou decalcadas como se faz noutras publicações”.
As duas autoras contaram que este catálogo pretende ser um instrumento de trabalho que qualquer pessoa pode utilizar para “enquadrar em determinado tempo cronológico a obra dos autores”. Por exemplo, será útil durante as visitas guiadas aos museus pois “há pessoas que quando cá chegam pensam que só há Manuel Mafra e Rafael Bordalo Pinheiro quando na verdade há muitos mais ceramistas”, disseram.
João Pedro Monteiro, técnico do Museu Nacional do Azulejo e investigador na área da cerâmica, marcou presença para a conferência “A importância das peças marcadas no estudo da faiança portuguesa”.
Este autor afirmou que as marcas na cerâmica é um mundo ”interessante mas complexo pois há uma grande ausência de informação bibliográfica”. Para este investigador, nas Caldas da Rainha “existem autênticas dinastias de ceramistas que faziam peças de grande originalidade e qualidade, mas a verdade é que algumas se inspiram nas outras, o que cria alguma confusão e dificuldade na identificação”.
Sobre o  novo catálogo, João Pedro Monteiro comentou que este dá conta de várias marcas (produções diferentes organizadas por ordem alfabética) “o que poderá ser um instrumento muito útil para o estudo da cerâmica das Caldas da Rainha”.
Presente na sessão de apresentação esteve o antiquário e coleccionador Jorge Ferreira que afirmou que a investigação efectuada contém “algumas incorrecções”.
Este marchand de arte referiu à Gazeta das Caldas que, entre outros pormenores, encontrou falhas na atribuição de duas marcas. Uma que se encontra na página 61, atribuída a José Francisco de Sousa e que corresponde, na verdade, a J. F.  Noivo Júnior.
Para Jorge Ferreira também não é correcta a atribuição da marca presente na página 13, feita a Ângelo Marcelino Garcia que na sua opinião deverá ser atribuída a Francisco Gomes de Avelar. Apesar do catálogo referir que o monograma é habitualmente referente a este último autor, a nova atribuição que as duas autoras fazem “não é correcta”. É que o Ângelo Marcelino Garcia era juiz e a sua ligação à cerâmica é feita apenas por ter casado com Henriqueta Cunha, filha do ceramista José Alves Cunha. Posteriormente Ângelo Marcelino Garcia esteve ligado à gestão da fábrica do sogro mas a atribuição da marca carece de fundamento documental.
Contactada para comentar a opinião de Jorge Ferreira, a directora dos museus Malhoa e da Cerâmica, Matilde Couto afirmou apenas que este catálogo de marcas “é uma obra aberta, um instrumento de trabalho que pode lançar a discussão, motivar novos estudos e pesquisas em relação às marcas e à sua atribuição”, rematou.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetacaldas.com

http://www.gazetacaldas.com/21275/catalogo-de-marcas-de-ceramica-das-caldas-lancado-no-museu/

O catálogo está perfeito, com um bom design gráfico e um excelente trabalho de investigação.
E acessível a um valor módico para fazer frente à crise! Parabéns aos autores e a toda a equipa! 

“Marcas da Cerâmica das Caldas. As Colecções do Museu da Cerâmica e do Museu José Malhoa” encontra-se à venda na loja do Museu da Cerâmica de Caldas da Rainha.

Contactos
Rua Dr. Ilídio Amado – Ap. 97
2500-910 Caldas da Rainha
Portugal
Tel.: (+351) 262 840 280/9
Fax: (+351) 262 840 281
e-mail: mceramica@imc-ip.pt
Horário
Terça-feira a Domingo
10h00-12h30
14h00-17h00
Encerrado ao público à Segunda-feira e nos feriados:
1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio, 25 de Dezembro

Para mais informações:
http://museudaceramica.blogspot.com