domingo, 3 de junho de 2012

Jarra “Descobrimentos”

Jarra “Descobrimentos” – Faiança portuguesa. Jarra bojuda de colo mais estreito que a base. Motivo central composto pela Cruz de Cristo enquadrando uma caravela (Nau Portuguesa com cruz de Cristo em cada uma da suas três velas), símbolos representativos da epopeia marítima portuguesa, envoltos por friso encordoado com “nós” em corda que se prolonga a longo do bojo. Colo e base da peça decorados por uma faixa horizontal contendo repetição em cadeia motivos de padrão geométrico de estilo arquitectónico manuelino em orlas de triângulo e “três contas”. Pintada em tons de azul-cobalto sobre fundo branco revestida a vidrado de estanho ou de estanho e chumbo.
*Nota: Gramática decorativa nacional bastante interessante associada a símbolos de imediata ligação com as navegações de quinhentos, a temática manuelina, à expansão e aos descobrimentos muito reproduzida desde o terceiro quartel do século XVII (onde da passa da hibridez sino-lusitana para uma nova corrente de autonomia nacional). Curiosamente também é neste ciclo que a faixa chamada das “três contas” aparece, dominará e prologar-se-á no século XVIII.

Dimensões: 34 cm. Altura e aproximadamente 20 cm. de largura.
Estado de Conservação: Falta volumétrica (uma lacuna de maiores dimensões) na zona da base, e várias falhas de matéria (doze lascas) na mesma zona das extremidades da base. Vinte falhas de reduzidas dimensões no bordo (que serão apenas protegidas).


Durante os tratamentos de Conservação e Restauro.

Peça marcada: CAMPOLIDE, ASSINADA (RISCADA  E PINTADA) A AZUL PELO PINTOR CERAMISTA JOSÉ RODRIGUES, MARCA QUE INICIOU EM 1916. *
  * MARCA Nº 133 DO DICIONÁRIO DE MARCAS DE FAIANÇA E PORCELANAS PORTUGUESAS (pág. 48).
Faiança da Fábrica de produtos cerâmicos de Campolide sita à altura (1901) na rua Soares do Reis em Lisboa, peça de fabrico correspondente às duas primeiras décadas do século XX, visto a escassez da sua produção balizar-se essencialmente no referido período, pelo curto período da sua exploração.
  * Nota: Segundo o livro "Cerâmica Portuguesa e outros estudos, de José Queiróz" São raras as peças marcadas e em 1917, já apresenta como marca um coração atravessado por uma seta.

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